terça-feira, 29 de março de 2011

Ryannair versus Easyjet-1

As principais companhias Low Cost a operar em Portugal são a Easyjet e a Ryannair. Esta última voa para os aeroportos de Faro e Porto enquanto que primeira a opera nestes e ainda no de Lisboa e Funchal.
Apesar de ambas apostarem no mesmo tipo mercado registam algumas diferenças no modo de operar como pude verificar recentemente.
Em termos gerais a Ryannair segue o principio “ Cheguei vi e venci”. Com isto quero dizer que a Ryannair quando chega a um determinado aeroporto chega para dominar… pude constatar isso no Porto, em Bolonha e em Pisa. Quando não toma conta do aeroporto quase na sua totalidade(!!!), a Ryannar tem espaços exclusivos para embarque de tamanho bastante razoável. A força da marca (bem presente nos aeroportos onde opera) é de facto extraordinária. A Easyjet tem uma presença mais discreta a que talvez não seja alheio o facto de voar maioritariamente para aeroportos principais onde espaços destes, com exclusividade, são caros.
Mas vamos a aspectos concretos.
A Ryannair aposta claramente na ideia da pontualidade. E, de facto, os voos que utilizei chegaram em cima do horário. No entanto pude verificar em Pisa que alguns voos estavam atrasados. Acredito que, com a eficiência que esta Companhia trabalha, não se deva aos seus serviços…. Já a Easyjet, nesta matéria , deixa um pouco a desejar. Tem sido comum nos voos que fiz ultimamente haver atrasos e não estamos a falar de atrasos de meia hora…A vantagem da Ryannair nesta matéria, quanto a mim, tem a ver com o facto de voar para aeroportos secundários com pouco movimento e numa extraordinária eficácia no embarque e no desembarque . Para além disso as estruturas dos aeroportos estão orientadas para facilitar a vida à Ryannair . O peso e a importância da Ryannair em pequenos aeroportos faz-se sentir…não me admira nada que o próximo passo da Ryannar seja a compra de alguns aeroportos, se algum dia eles forem colocados á venda….Uma vantagem muito interessante tendo em conta que quem viaja quer estar o menos tempo possível no aeroporto quer na ida quer no regresso…
No embarque a Raynnair é, de facto, extraordinariamente eficaz. Desde que o avião chega até toda a gente estar dentro do mesmo não há tempos mortos… Pude observar que ainda estavam pessoas a sair do voo anterior e já o embarque estava aberto… Não há mangas nem autocarros para levar as pessoas. O embarque é feito directamente da sala de embarque para o avião o que significa ter de atravessar a pista ao frio e á chuva se as condições climáticas forem essas… Desagradável . Para além disso com a pressa de fazer o embarque aconteceu termos de esperar em plena pista dado que o avião não estava completamente preparado. Ainda mais desagradável… Nem quero imaginar se o tempo estivesse mais agreste...Em suma eficácia sim senhor mas á custa do conforto do passageiro… Nem tudo é aceitável mesmo que sejamos compreensíveis face ao que pagamos pela passagem…

Viagem

É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...

Miguel Torga

sábado, 26 de março de 2011

Ufizzi... Porque se espera tanto...


A ’Galleria degli Uffize’’ é uma das maiores atracções turisiticas de Florença. É considerado um dos maiores e melhores museus do mundo e colocado, por muitos, ao nível do Prado, do Louvre ou da National Gallery.
Quando estive pela primeira vez em Florença, há uns bons anos, limitado pelo tempo e derrotado pelo tamanho da fila, a visita ficou adiada.
Desta vez não podia perder…
O “Guide Routard” aconselha a ida bem cedo evitando o período em que dezenas de autocarros “despejam” milhares de turistas em Florença lá pelas dez, onze da manhã.
Assim fiz e apenas aguardavam a entrada uma vintena de pessoas. O placard colocado à entrada, porem, indicava meia hora de espera. Meia hora de espera com tão pouca gente ? Pensei que fosse engano... A entrada faz-se por grupos e uma fita impede a progressão em direcção à porta de entrada. Quinze, vinte minutos após a entrada do grupo anterior (umas quinze pessoas) aguardava ainda, estupefacto, pela entrada perante a indiferença do funcionário do museu que continuava em animada conversa com o policia ao lado. Meia hora depois entro. À entrada os habituais procedimentos de segurança, compreensíveis, obviamente. Olho e vejo uma única bilheteira com avisos em letras garrafais :” No Cards, No discouts”. Uma única pessoa a vender bilhetes num museu com esta frequência??? Sem possibilidade de aceitação de cartões?? Mas em que século vive esta gente???
Lá dentro as supresas não acabam… Não existem planos do museu disponíveis pelo que o turista fica entregue a si próprio e á sua intuição… Subo aqui? Desço ali? Será aqui a sala onde estão os Boticceli?
Pode sempre recorrer ás dezenas de funcionários do museu mas… estes estão mais ocupados a falar entre eles… O turista que se desenrasque.
Que desilusão e que desrespeito pelas pessoas que visitam, cheios de expectativas, este museu.
À saída quatro ou cinco salas de venda de “souvenirs” . Pois… nisso os italianos não perdem oportunidades….

P.S. É possivel reservar o bilhete na Net. Supostamente tal evitaria as longas esperas em fila. No entanto ao sair, já ao fim da manhã, havia tambem fila para essas pessoas ...

quinta-feira, 24 de março de 2011

"The Italian way of life"

Uma das primeiras coisas que se estranha quando chegamos a certas cidades de Itália é o transito. Esqueçam aquela ideia de que os portugueses são maus condutores que não respeitam nada nem ninguém que aceleram demais… Os italianos conseguem superar-nos por mais difícil que isso possa ser imaginado..
Há uns anos que não vinha a Itália por isso, já tinha esquecido este fenómeno que foi imediatamente recordado quando , dentro autocarro que me levava do Aeroporto para o centro de Bolonha vejo um italiano a circular numa vespa , com toda a calma, em contramão. Fiquei imediatamente com suores frios…O homem vinha na nossa direcção e ninguém parecia preocupado…Cheguei a pensar, numa fracção de segundos, que seria o autocarro que estaria a transgredir mas não…De repente, o homem da vespa guina para a esquerda e entra numa transversal… Olho e não vejo a mínima preocupação dentro do autocarro onde dezenas de italianos falavam todos ao mesmo tempo numa grande algazarra… como é típico.
Os peões Portugueses são indisciplinados e tentam, muitas vezes atravessar em sítios onde não o devem fazer mas… os peões Italianos conseguem superar os Portugueses. Apesar de tudo, ninguém no seu perfeito juízo tentaria atravessar a Av. da República ou a Av. da Liberdade em Lisboa sem ser na passadeira e com o sinal verde. Os Italianos fazem-no em Avenidas com a mesma dimensão com um á vontade…desconcertante.
O trânsito é uma confusão de carros, vespas, bicicletas, peões numa mescla inimaginável Os sinais são desrespeitados por todos! Mas, tudo acaba por funcionar: é a “Italian Way of life”. Tudo com muita alegria, muito gesto e muito afecto. São assim os italianos e não há volta a dar-lhe…

domingo, 13 de março de 2011

O Museu Marmottan em Paris






Poucos turistas que chegam a Paris, pela primeira vez, têm nos seus planos visitar este esplêndido museu. Compreendo... As prioridades serão o Louvre (ou devo dizer Mona Lisa?) e o não menos esplêndido Musée D`Orsay. Longas filas os esperarão, principalmente se não forem cedo.
Escondido num bairro residencial chique ( 16º) rodeado por um jardim lindíssimo está um dos museus mais surpreendentes de Paris: O Musée Marmottan. O edifício é um antigo palacete do século XIX pertencente ao coleccionador Jules Marmottan . Em 1957 o filho do médico de Monet e de outros pintores impressionistas da época (como Manet, Pissaro, Sisley e Renoir) doou a sua importante colecção de pintura impressionista a este museu. Foi assim que se tornou num dos mais ricos museus em pintura impressionista . Um dos filhos de Monet doou também inúmeras obras de seu pai em 1966 tornando- o no museu que mais obras de Monet alberga em todo o mundo. Só por isso vale a pena não ignorar este museu...

terça-feira, 1 de março de 2011

O Piano...

O Palácio da Ventura...

O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!


Antero de Quental