domingo, 29 de maio de 2011

Mar preso...

Ravenna foi outrora um porto importante. Hoje, é preciso percorrer aproximadamente dez quilómetros para encontrar o mar que, aqui, toma o nome de Adriatico. Algum tempo disponível, temperatura agradável e alguma curiosidade levaram-me a alterar os planos, quando estive por lá, e a decidir ir espreitar este mar. Por aqui, perguntar a um local a melhor maneira de chegar ao ponto X, ainda é a melhor solução. Rapidamente percebi que tinha que apanhar o autocarro em frente à estação de comboios, tudo muito bem explicado (em italiano, claro…) com muitos gestos , sorrisos e um aperto de mão no final como se tivéssemos selado um negócio… Desconcertantes, estes italianos.

O autocarro vagueia entre bairros residenciais periféricos e terrenos pantanosos até se avistarem construções que indiciam a proximidade do mar… Decidi que desceria na ultima paragem mas… como saber? O autocarro já ia quase vazio e arrisquei sair num local que se assemelhava a uma marginal mas… sem mar. Consegui avistar o mar do meu lado direito mas acessos à praia nem vê-los! De facto muros e arame farpado impediam o acesso como se do lado de lá fosse o campo de concentração de Auschwitz. Condominios fechados, restaurantes, bares e aquilo que me pareceu ser um parque de campismo impediam o acesso á praia ao comum dos mortais.A táctica de usar os locais foi novamente preciosa e consegui perceber que não o podia fazer porque tudo era privado. “Tudo? Sim, para entrar tem que pagar bilhete mas agora como não é época de praia está tudo fechado” ?%&#$?. “ Mas eu só quero ver o mar… Não pode. A menos que apanhe novamente o autocarro e desça na terceira paragem. Aí vai encontrar um acesso que está aberto porque andam neste momento a limpar a praia e deixam passar as pessoas”. Contrafeito, mas a pensar que não podia desperdiçar a oportunidade, lá apanhei novamente o autocarro desci na terceira paragem, e vi finalmente o Adriático…

No regresso não parava de pensar como os italianos têm “dedo” para o negócio. Apesar de tudo ainda podemos usufruir livremente das nossas belíssimas praias sem restrições. Um ponto a favor de Portugal. (espero que a Troika não esteja a ler este post senão, sei lá…)

Sem comentários: