O check-up bienal na empresa onde trabalho evita que pouco recorra ao médico de clínica geral. Um relatório para uma determinada especialidade obriga-me a ir a uma consulta. “Que chatice!”, pensei. Ainda por cima a médica habitual, uma senhora afável e disponível para tudo, já não presta serviço lá, pelo que teria que ir a um desconhecido.
O médico desconhecido acolhe-me e eu resolvo atirar de chofre a razão que me leva ali: um “papel” (ehehee) que me obrigam a levar para ter acesso àquela especialidade. Coisa de pouca importância. Uma formalidade!
O medico olha fixamente para mim e reclina-se na cadeira.
“Acha que lhe vou fazer um relatório de uma coisa que desconheço?”. Pois… pensei eu, demasiado optimista… “Para lhe explicar qual a razão do relatório preciso de algum tempo, doutor” digo eu, a pensar nas três pessoas que já esperavam quando eu entrei e não só!
“Sou todo ouvidos, diz-me com um sorriso”. Seguiu-se uma conversa de uma hora sobre tudo e mais alguma coisa com momentos sérios e momentos de verdadeira “galhofa”que incluiu conselhos, futebol, experiencias de vida e profundidade. Estranho, não? Pois. Até para mim. Despede-se com um aperto de mão forte e levanta-se para me acompanhar à porta. Respiro fundo mal a porta se fecha. Saio arrasado com o papel na mão.Já na rua olho para o envelope fechado como se a minha vida estivesse ali encerrada.Papeis...
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