sábado, 30 de julho de 2011
domingo, 24 de julho de 2011
Morte no país dos fiordes.
Por detrás destes olhos frios, glaciares mesmo, está alguém que decidiu que mais de oitenta pessoas não tinham direito à vida.
Outono
O sol já se deita com o horizonte .
Uma brisa forte arrasta as folhas para longe.
Os castanheiros murmuram , altivos . Conversam de tudo e de nada…
Um sino esforçado toca ao longe implorando orações esquecidas .
Outonos de uma infância vaga, longínqua …
Uma brisa forte arrasta as folhas para longe.
Os castanheiros murmuram , altivos . Conversam de tudo e de nada…
Um sino esforçado toca ao longe implorando orações esquecidas .
Outonos de uma infância vaga, longínqua …
sábado, 23 de julho de 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
domingo, 17 de julho de 2011
Limitações
Quase todas as ruas estreitas da parte velha da cidade de Korcula têm o mar como pano de fundo. O tempo parou nesta cidade. Construída numa pequena península da ilha com o mesmo nome, o nascer e o pôr-do-sol oferecem, aqui, cenários de cortar a respiração.
sábado, 16 de julho de 2011
Fui sabendo de mim
Fui sabendo de mim
por aquilo que perdia
pedaços que saíram de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia
fui ficando
por umbrais
aquém do passo
que nunca ousei
eu vi
a árvore morta
e soube que mentia
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
por aquilo que perdia
pedaços que saíram de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia
fui ficando
por umbrais
aquém do passo
que nunca ousei
eu vi
a árvore morta
e soube que mentia
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
quarta-feira, 13 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Chopin
Não se acende hoje a luz…Todo o luar
Fique lá fora.Bem Aparecidas
As estrelas miudinhas, dando no ar
As voltas dum cordão de margaridas!
Fique lá fora.Bem Aparecidas
As estrelas miudinhas, dando no ar
As voltas dum cordão de margaridas!
Entram falenas meio entontecidas…
Lusco-fusco…um morcego a palpitar
Passa…torna a passar…torna a passar…
As coisas têm o ar de adormecidas…
Lusco-fusco…um morcego a palpitar
Passa…torna a passar…torna a passar…
As coisas têm o ar de adormecidas…
Mansinho…Roça os dedos plo teclado,
No vago arfar que tudo alteia e doira,
Alma, Sacrário de Almas, meu Amado!
No vago arfar que tudo alteia e doira,
Alma, Sacrário de Almas, meu Amado!
E, enquanto o piano a doce queixa exala,
Divina e triste, a grande sombra loira
Vem para mim da escuridão da sala…
Divina e triste, a grande sombra loira
Vem para mim da escuridão da sala…
Florbela Espanca
A arte de mal receber
Tenho alguma dificuldade em perceber por que razão em Portugal somos tão maltratados em certos sítios, Ainda esta semana , num café, serviram-me aquilo que pedi sem uma palavra, sem um sorriso e, no acto de pagar, fui eu que disso “obrigado”… Já tentei perceber isto à luz de muitos prismas mas chego sempre à mesma conclusão. Em Portugal ser bem educado está “out”. Um jovem bem educado, com valores, que não cospe nem vomita impropérios a toda a hora é uma ave rara. Ir a um café e ser abordado , muitas vezes, sem sequer nos dirigirem a palavra e com uma cara que, na prática, quer dizer “ olha este que me veio dar trabalho!” é normal.
Um acto simples, como é o de sorrir, devia fazer parte do nosso dia a dia. Quem recebe pessoas, no seu local de trabalho, vê com certeza a empatia nascer de imediato se sorrir e, melhor ainda, se dizer um bom-dia efusivo ou se proferir duas ou três palavras simpáticas.(Não me refiro a essa atitude invasiva, que agora está na moda, de sermos abordados nas lojas normalmente de uma forma tão desastrosa que tem o efeito contrário.)
É por isso que me sinto bem em qualquer café, onde entre, em França. Sei que sou imediatamente recebido como um “Bonjour Monsieur “ e um largo sorriso. À saída oiço sempre um “Au revoir , Merci”.
Saio sem lastimar o quão caro foi o café que bebi…
domingo, 10 de julho de 2011
sexta-feira, 8 de julho de 2011
quinta-feira, 7 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Excertos de vida...
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.
...
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
...
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Alberto Caeiro
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.
...
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
...
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Alberto Caeiro
terça-feira, 5 de julho de 2011
O Convento velho de Penafirme
Seriamente danificado pelo terramoto de 1755, o convento velho de Penafirme (junto à praia de Santa Rita e do Vimeiro) resiste, ainda assim, apesar da incúria e do abandono. É uma pena. Ruínas destas teriam concerteza muitos visitantes se devidamente assinaladas, preservadas e divulgadas. E se houvesse vontade e sensibilidade para tal...
segunda-feira, 4 de julho de 2011
A visão de Antero
Bonito gesto este de imortalizar a passagem de Antero de Quental por Santa Cruz.
Nunca esquecerei as empolgadas declamações do poema "Palácio da Ventura" do meu professor de Português de 11º ano. Açoriano como ele, não escondia a emoção quando falava deste poeta. "Sintam o trotar do cavalo!"..."sintam a desilusão final!", dizia-nos.Não mais parei de sentir. É o poema da minha vida.
domingo, 3 de julho de 2011
sábado, 2 de julho de 2011
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Ícones.
A Fatima Cigana é um ícone de Castelo Branco. Alguem me dizia há uns tempos, com uma certa piada, que "Paris tem a torre Eiffel, Londres o Big Ben e Castelo Branco ...a Fátima Cigana." Este rosto a lembrar claramente a personagem Yoda da "Star Wars" tem tudo para ser rejeitado . No entanto, este ser que deambula pela cidade há gerações , sem se saber a sua idade, a sua família a pedir “moedinhas” é das pessoas mais acarinhadas e mimadas da cidade . Conta-se que um conhecido médico se disponibilizou para a operar quando as “cataratas” quase a cegaram. Gratuitamente. E hoje a “Fatinha” vê melhor. O Q.I da "Fatinha" não é certamente elevado.. e , apesar do seu mau feitio, tem uma legião de fâs e uma pagina no Facebook. Estranho, não? Não… São estas pessoas que nos dão lições de vida. A simplicidade não é para todos.
É por isso que eu admiro pessoas como Manuel Sobrinho Simões.
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