segunda-feira, 11 de julho de 2011

A arte de mal receber

Tenho alguma dificuldade em perceber por que razão em Portugal somos tão maltratados em certos sítios, Ainda esta semana , num café, serviram-me aquilo que pedi sem uma palavra, sem um sorriso e, no acto de pagar, fui eu que disso “obrigado”… Já tentei perceber isto à luz de muitos prismas mas chego sempre à mesma conclusão. Em Portugal ser bem educado está “out”. Um jovem bem educado, com valores, que não cospe nem vomita impropérios a toda a hora é uma ave rara. Ir a um café e ser abordado , muitas vezes, sem sequer nos dirigirem a palavra e com uma cara que, na prática, quer dizer “ olha este que me veio dar trabalho!” é normal.
Um acto simples, como é o de sorrir, devia fazer parte do nosso dia a dia. Quem recebe pessoas, no seu local de trabalho, vê com certeza a empatia nascer de imediato se sorrir e, melhor ainda, se dizer um bom-dia efusivo ou se proferir duas ou três palavras simpáticas.
(Não me refiro a essa atitude invasiva, que agora está na moda,  de sermos abordados nas lojas normalmente de uma forma tão desastrosa que tem o efeito contrário.)
É por isso que me sinto bem em qualquer café, onde entre, em França. Sei que sou imediatamente recebido como um “Bonjour Monsieur “ e um largo sorriso. À saída oiço sempre um “Au revoir , Merci”.
Saio sem lastimar o quão caro foi o café que bebi…

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